Conhecida por alardear sua literatura como reprodução de experiências próprias, Ana Silva diz que tira seus relatos de incursões a bairros populares, onde "vive o real". Confessa admiradora de textos pornográficos, busca imagens pretensamente chocantes e imita clichês de seções eróticas em revistas de quinta categoria: os órgãos sexuais masculinos são sempre de tamanho desproporcional; as mulheres têm indefectíveis coxas grossas; os coitos são invariavelmente violentos.
A origem jornalística da autora é evidente: sensacionalismo e imediatismo de análise, com sua conseqüente falta de aprofundamento, são recorrentes em toda a obra. Segundo o crítico literário Marco Rinoceronte, "o que ela produz é sacanagem, escritos rasteiros". Contra-atacando, Ana Silva argumenta que seu texto é pleno de entrelinhas onde se vê a luta de classes, a questão de gênero e o preconceito racial, metaforicamente revelados em situações reais e impactantes, seja lá o que isso queira dizer.
Enquanto para a crítica é unânime a péssima qualidade da obra, leitores antecipados (em pré-lançamento destinado a pesquisas de vendagem), divergem. O pedagogo Luís do Timor afirma: "Sente-se o atrito no texto, o conflito de classes, realidades distintas, de forma muito violenta." A administradora Carla Cretina considerou que "isso deve ser literatura". Compulsivas consumidoras de pornografia, Milena Tarada disse que o livro "é uma delícia", e Mercedes Libidinosa, "tive orgasmos múltiplos". Já para o jornalista Alex News, a narrativa "não é nada erótica, é bastante simplória". Raquel Cênica, atriz, considerou-a "decepcionante, o desenvolvimento é muito óbvio".
De qualquer maneira, prevê-se uma boa saída para o livro. No estilo "falem mal, mas falem de mim", Ana Silva provocou reações furiosas de setores moralistas. Oscar Alho, representante do movimento Misoginia Já!, taxou o livro de "pouca vergonha, coisas imorais". Isso pode ser uma boa propaganda: a famosa empresária Lídia da Zelite insistiu em patrocinar a obra, divulgando-a em seu próprio blog, e a escritora almeja sua transposição para o cinema.
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*Cláudia Salomão, jornalista e metida a besta
7 comentários:
Mariiiiiii!
Isso é esquizofrenia ou dupla personalidade???
Vontade de aparecer, na opinião de um leigo.
Noção do ridículo, na opinião da Zelite. E isso vende. rs
Não seria falta de noção, Lídia?
Sou uma leitora assídua dos textos de Ana Silva, e repito que é uma delícia! Se vende ou não é de baixaria que todo mundo gosta e deita e rola!
Não creio que possa ser chamado de baixaria o produto de uma mente elevada como a da Ana. Acho que mais ou menos 1,70 m de elevação... (ridículos 3 pontinhos)
isso são múltiplas personalidades Cródia... Rhino, Oscar, Zelite...
Adorei, pra vereiar...
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