terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Quintal

No lugar mais fétido da casa, onde os pombos defecam, é lá que fico. De uma moita de capim amarelecido, que cobre quase todo o acesso à porta da frente, saem duas baratas. Jogo álcool nelas. Que não entrem. Ouço o barulho das goiabas que caem apodrecidas de um pé infestado de bichos. Num canto, dois cachorros dormem sobre um cobertor sujo. Um pássaro vem todos os dias, no mesmo horário, e canta. O cheiro do álcool se mistura ao das frutas podres. O vento leve das tardes de verão espalha o odor e o asco. Merda de passarinho.